Dos Andes ao Pacífico: um pouco sobre o Chile by Matheus Piccini

Bienvenidos era a placa na aduana entre o Chile e a Argentina. Tal como o letreiro o povo chileno é muito acolhedor e educado. Porém minha ida ao Chile não foi com fins turísticos… É claro que aproveitei para conhecer o que pude, mas a missão era outra. Há cerca de 4 anos eu mantinha conversas com uma estudante de psicologia chilena, muito querida, simpática e linda. O que no inicio era amizade se transformou em paixão. Assim tomamos a decisão de finalmente nos conhecermos.

Eu e Catalina
Eu e Catalina

Localizado no lado esquerdo da América do Sul o Chile é a 3ª maior economia do continente, tem a 3ª melhor polícia do Mundo e a melhor da América Latina! Um país grande e de extremos! Com o deserto do Atacama ao norte, a gelada Patagônia ao sul e cercado pela cordilheira dos andes, percorrer esse país é sem dúvida uma grande aventura para turistas e mochileiros (que possuam tempo para isso).

Cordilheira dos Andes na parte chilena
Cordilheira dos Andes, parte chilena

Então vamos lá! Meu destino era a cidade de Concepción, que fica a seis horas de Santiago, capital chilena. Optei pela viagem de ônibus por ser mais econômica e pelo itinerário, que atravessa pela Argentina e por fim a cordilheira dos Andes. Como viajei em julho consegui observar muita neve, o que não é possível já no verão.

O percurso de Porto Alegre a Santiago dura cerca de 37 horas, podendo durar mais devido às duas aduanas no caminho. A primeira aduana (Brasil/ Argentina) não se perde muito tempo, porém a segunda (Argentina/Chile) é mais complicada. No Chile, nada de origem vegetal ou animal pode entrar no país. A fiscalização é rigorosa e os agentes contam com apoio de cães farejadores. Leve somente alimentos industrializados para evitar problemas e constrangimentos.

Fiz ótimas fotos, tanto de dentro do ônibus quanto no momento em que paramos na aduana chilena/argentina – está é a única parte da viagem que se pode descer do ônibus para observar, fotografar e brincar com a neve.

Cordilheira dos Andes, parte argentina
Cordilheira dos Andes, parte argentina
Cordilheira dos Andes, parte argentina
Cordilheira dos Andes, parte argentina
Cordilheira dos Andes, parte chilena
Cordilheira dos Andes, parte chilena

Quando cheguei a Santiago fiquei hospedado em um ótimo apartamento, o qual aluguei em negócio direto com proprietário de imóvel. Uma dica par quem quer economizar é usar o site Airbnb. Nele você encontrar ótimos apartamentos com diárias muito acessíveis, porém você divide o apartamento com o dono.

Depois de uma noite em Santiago, tomei outro ônibus e viajei mais seis horas até Concepción. A segunda maior cidade chilena foi fundada em 1550 e sediou eventos da primeira tentativa de independência do Chile, tendo sido capital do Reino de Chile, durante alguns anos. Tem como símbolo cultural a Praça da Independência, onde se realizou a declaração sobre a Independência do Chile da Espanha.

Praça da Independência, também conhecida como Plaza de Armas
Praça da Independência, também conhecida como Plaza de Armas

Concepción concentra sua economia na área de serviços e funciona como o centro financeiro da Grande Concepción (como uma grande metrópole, Grande São Paulo, Grande Porto Alegre). Também possui várias faculdades e universidades, entre as quais a Universidade de Concepción e a Universidade do Bío-Bío.

Lá fiquei hospedado na casa de Catalina e sua mãe, Cecília. Relembro que o povo chileno é muito educado e um ótimo anfitrião! Fui recebido com muito vinho e até com uma música em homenagem aos estrangeiros! Eles gostam muito dos brasileiros!

Catalina e Cecilia eram minhas guias, o que tornou a experiência enriquecedora.

No primeiro dia visitei uma feira de produtores locais. Lá tinha de tudo… Desde legumes e lebres expostas para venda até uma variedade gigante de frutos do mar. A cozinha chilena é bem forte e marcante. Muito tempero, algo diferente de tudo que eu já havia comido, porém tudo muito saboroso! Uma bebida em particular me chamou atenção. A pisco sour lembra a nossa caipirinha brasileira, porém o aguardente(pisco) é feito da uva.

Feira de produtos locais
Feira de produtos locais
Variedade de frutos do mar
Variedade de frutos do mar
Lebres para venda
Lebres para venda
Piure
Piure, a “rocha comestível” é prato tradicional no Chile

O segundo passeio foi a uma mina desativada, de carvão.  Pagamos 7.000 pesos chilenos, o que daria cerca de R$ 35. Vale lembrar a cotação da moeda. Um real (R$ 1,00) equivale a aproximadamente duzentos ($200,00) pesos chilenos.

O passeio acompanhado de um guia é sensacional! Descemos cerca de 40 metros abaixo do mar, na única mina do mundo que tem sua continuação em direção ao oceano Pacifico! Lá o guia nos contou as histórias dos primeiros mineiros e nos ofereceu um “regalo”(presente): uma pedra de carvão mineral.

Mina de carvão, Chiflon Del Diablo
Mina de carvão, Chiflon Del Diablo
Mina de carvão, Chiflon Del Diablo
Mina de carvão, Chiflon Del Diablo
Mina de carvão. A gaiola era usada para alertar evacuação da mina. O pássaro morria devido à exalação do gás metano
Mina de carvão. A gaiola era usada para alertar evacuação da mina. O pássaro morria devido à exalação do gás metano

Caminhei muito pelo centro de Concépcion, a fim de conhecer as pessoas e seus costumes. O centro da cidade é muito limpo, bonito e com muito verde! 

Já o meu ultimo dia na comuna chilena foi dedicado a conhecer a praia de Coliumo. Este foi um dos lugares mais afetados pelo tsunami em 2010, porém seis anos após a tragédia, parece que nada aconteceu nessa pacata cidade que mistura as casas dos antigos pescadores com as mansões dos turistas europeus.

Coliumo

coliumo (4)

coliumo (6)

coliumo (5)

Com isso me despedi do Chile e do meu amor… Porém, a volta já está marcada para fevereiro! Ainda quero descobrir mais dos mistérios desse gigante da América e perpetuar minha paixão. Tanto pelo Chile quanto por “mi chilena”. Hehe. Una buena viaje!

by Matheus Piccini

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Matheus Piccini é fotógrafo e estudante de jornalismo. Adora viajar para conhecer os costumes e as pessoas dos lugares por onde passa. 

 

3 Comentários

  1. Piccini, foi com satisfação que li teus comentários sobre a visita à amada chilena. Não deixa de ser uma bela reportagem, anunciando quão bom serás como fotógrafo e repórter. Como é bom, para quem te conhece desde criança, ver teu crescimento como pessoa.

    Meus sinceros parabéns.

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