A magrela e eu – Lá Vai Ela!
Crédito Foto: Lucas CostanziÉ quase impossível viver em Paris e não ter a bicicleta como o meio de transporte favorito para se deslocar dentro da cidade. Nos dois anos que passei lá transformei em hábito a saidinha em duas rodas, tendo a sorte de ter uma ‘parada’ logo abaixo no meu prédio. E de bolsa na cestinha e salto alto no pedal, lá ia eu para a escola. Agora que estou de volta em terras tupiniquins tenho pensado muito em como me readaptar, sem que isso seja sinônimo de suicídio. Mas também, fácil trocar os pezitos ou mesmo o bus pelas famosas Vélibs: a capital francesa foi a primeira metrópole a desenvolver um projeto coletivo de locação pública de bikes. Em 2007 tudo começou, e hoje são 1700 estações e 23 mil magrelas em circulação. Mesmo assim o trânsito lá continua caótico como em todo lugar grande e habitado.
Mas essa quantidade de bicis me leva a pensar em como e quando utilizá-las, sendo você um turista sem muito jeito para ultrapassar os ônibus ou mesmo um pouco intimidado por nunca deixar seu carro na garagem do seu apê de apenas um quarto, mas com 3 vagas – ô, loucura. Me lembro de quase ter matado visitas do coração enquanto acelerava nos quais parisienses, com o Sena de um lado e um engarrafamento borbulhante do outro.
Pois bem, o melhor é entender se pedalar faz parte ou não do dia a dia do país a ser visitado. Por exemplo, se o destino for Amsterdã corre-se sério risco de ser atropelado por um ciclista: as bicicletas representam até metade de todo o transporte e o planejamento urbano tem foco nisso. Talvez, assim como em Londres, o tempo úmido e o ventão constante do norte atrapalhem o povo acostumado ao calorão sub-tropical. Mas não desista! Outra cidade um tanto fria e que mesmo assim tem 40% da população reforçando as coxas diaramente é Copenhague. Não tão fáceis de alugar, mas certamente muito fáceis de serem conduzidas nas ruas planas, cruzando pontes, são as bicicletas de Berlim. Ou seja, sem desculpas.
Mas nem só de planícies vive a Europa. Barcelona parece perfeita, mas fora o super porto aterrado, recheado de ciclistas, skatistas e corredores/caminhadores, a cidade catalã pode exigir um fôlego e tanto entre suas ladeiras e ruelas apertadinhas. E para nós, aqui na zona do desenvolvimento, resta torcer para que a coisa ‘pegue’ e deixe de ser programa de fim de semana ou de passeio na Zona Sul do Rio, com as já famosas “laranjinhas” (aliás, modelo legal de parceria público-privada). Com a inclusão de ciclo faixas e previsão de ciclovias para os próximos anos, o Brasil tem realmente muitas chances de oferecer as melhores vistas e, num future longínquo, qualidade de vida para quem quiser “mais amor e menos motor”.
Pra saber mais e se planejar antes de ir:
Lembre-se: cidades da Europa e Estados Unidos oferecem aplicativos para smarthones onde a sua rota de bike pode ser programada, além de mostrar onde ficam as estações mais próximas e se há bicicletas disponíveis ou lugares vagos para deixar a sua.
By Marcella Lorenzon
