No meu post anterior, falei um pouco da minha viagem para Tailândia, aproveitei que estava “pertinho” e resolvi conhecer Siem Reap, no Camboja, para visitar os famosos templos de Angkor.
Para entrar no Camboja é necessário tirar um visto e para isso basta levar uma foto (3×4 ou 5×7) e pagar uma taxa de U$20. O visto é concedido no próprio aeroporto ou posto de imigração no momento da entrada no país. Apesar da moeda local ser o riel, todas as transações turísticas (hotéis, ingressos para Angkor Wat, restaurantes etc) são feitas em dólar. Quem tiver cartão de débito com a função saque internacional habilitada, conseguirá sacar dólares em qualquer ATM (caixa eletrônico).
Falar do Camboja é um mix de alegria e tristeza.
Alegria pois os templos de Angkor são lindíssimos, o templo Angkor Wat é considerado a maior construção religiosa do mundo e hoje faz parte do patrimônio mundial da UNESCO.
A parte triste fica por conta da pobreza e do histórico de sofrimento do povo Khmer. Nos anos 70, o Camboja foi tomado pelo Khmer Rouge, um partido comunista que expulsou a população das cidades e a obrigou a trabalhar em fazendas visando o desenvolvimento agrário do país. Durante o período em que o Khmer Rouge esteve no poder, 1/5 da população foi assassinada e outras milhares de pessoas sofreram tortura, fome e trabalho forçado. Como consequência do genocídio da época do Khmer Rouge, o país ainda sofre bastante com a pobreza e falta de infraestrutura. Apesar do histórico de sofrimento e da pobreza aparente, o guia turístico que me acompanhou durante o passeio por Angkor Wat, me disse com muito entusiasmo que a situação mudou para melhor nos últimos anos e, segundo ele, hoje a população do Camboja vive um período de tranquilidade. Um outro aspecto de tristeza é que todas as pedras preciosas e ouro utilizados na construção dos templos foram saqueados, fiquei imaginando como devia ser linda a iluminação dos templos feita com o reflexo de algumas pedras preciosas.
Chegando em Siem Reap, contei com a ajuda da dona do hotel onde fiquei para organizar meus passeios pelos templos de Angkor. Você pode visitar os templos de carro (U$30), de “tuk tuk” (U$15) ou de bicicleta (não sei o valor do aluguel), escolhi a primeira opção pois quando fui (em maio) estava muito quente e o ar condicionado do carro salvou a vida! Os passeios foram divididos em 2 dias, no primeiro dia fiz o chamado “Small Circuit” e no segundo, fiz o “Big Circuit”. Para quem tiver um dia a mais, sugiro a visita ao Angkor National Museum logo no primeiro dia, eu não fui por falta de tempo, mas ouvi dizer que é super explicativo e organizado.
O Small Circuit é um circuito de 9 km que engloba, entre outros menores, o Angkor Wat, Ta Phrom e Bayon. Por ser a maior construção religiosa do mundo, o Angkor Wat, é o templo mais famoso. Eu gostei tanto, que no dia seguinte, acordei às 4 da manhã para assistir o sol nascendo de lá. É lindíssimo pois, conforme o sol vai nascendo, você vê o templo refletido em um lago que fica bem em frente, garanto que valeu ter saído da cama assim tão cedo! Vale lembrar, que apenas no Angkor Wat é necessário cobrir os ombros e as pernas. Se estiver muito quente, minha dica é levar uma calça ou uma canga na mochila e só colocar por cima do shorts na hora de entrar no templo.
Depois do Angkor Wat, segui para o Ta Phrom, famoso por ter sido cenário do filme Tomb Raider, com Angelina Jolie. Um fato interessante é que os templos, construídos há mais de mil anos, foram descobertos recentemente, e árvores gigantescas cresceram com suas raízes e caules abrindo espaço entre as estruturas. É impressionante!
Do Ta Phrom segui para Angkor Thom, complexo que reúne diversos templos, sendo Bayon o mais famoso.
Outro dado importante é que a região era hinduísta no começo e depois adotou o budismo. Então há esculturas interessantes, refletindo os deuses hindus, a luta do bem contra o mal e o esforço de todos os deuses em conjunto para construir o mundo e os templos. Os deuses hindus convivem com imagens de Buda nos mesmos templos (Angkor, por exemplo), evidenciando a transição. Há templos puramente budistas também, como Bayon onde diversas imagens do Buda apontam para todas as direções saudando o mundo todo.
No segundo dia, após ter visto o sol nascer em Angkor Wat, fiz o Big Circuit, que tem extensão maior e engloba vários templos. Gostei muito do Ta Som, do Preah Khan e do Banteay Srei (este último, não faz parte do Big Circuit, mas é construído com um tipo diferente de pedra, com detalhes de escultura muito bonitos, vale a pena!).
A estratégia de acordar cedo também se mostrou uma ótima tática contra o calor. Quando o sol começou a esquentar demais, já havia terminado a visita aos templos e decidi me despedir de Angkor Wat em um gostoso passeio de balão.
Em Siem Reap, o programa noturno é passear pela região da Pub Street, rua bem agitada com bares, restaurantes e night markets. Para as comprinhas nos night markets, o segredo é bargangar sempre! Os preços sempre começam lá em cima e a negociação dos preços faz parte da graça, com certeza é possível comprar qualquer item pela metade do valor inicialmente sugerido, basta barganhar!
Com toda essa riqueza histórica e cultural, foi fácil ter me apaixonado pelo Camboja, espero um dia poder voltar lá e ver o país em uma situação melhor!
By Livia Leite Paulistana, trabalha com marketing e ama viajar!