Viaje inspirado pelo Oscar

O cinema, uma das maravilhas modernas, tem o poder de nos transportar para lugares e para as histórias mais diversas. Quem nunca teve vontade de conhecer algum destino depois de assistir um filme? Quantas vezes você já esteve em alguma cidade que foi cenário de um filme conhecido e quis desbravar cada cantinho daquele lugar? Há muitos locais que acabam sendo os verdadeiros clássicos da telona: Nova Iorque, Paris, Londres, Roma…

Com a proximidade do evento mais aguardado pelos cinéfilos, a premiação do Oscar, vamos te contar um pouco de destinos que enchem as telas mundo a fora. Selecionamos os longa-metragens que nos fazem suspirar pensando no próximo embarque, separamos os lugares que são mostrados nos filmes que estão concorrendo a maior honraria das belas-artes em 2019.

No dia 24 de fevereiro, próximo domingo, vamos conhecer os vencedores, antes disso, aqui você vai já pensando na sua viagem, que tal?!

Londres, Wembley e arredores

O filme que conta a trajetória do Queen tem sido fortemente aclamado pela crítica. Bohemian Rhapsody recebeu cinco indicações, incluindo a de melhor ator para Rami Malek, que interpretou Freddie Mercury no filme (sensacional!). O filme já rendeu mais de US$ 854 milhões nas bilheterias mundiais e se tornou a cinebiografia musical mais bem-sucedida da história. Aliás, vai rolar uma espécie de criador e criatura frente a frente: o Queen, atualmente formado por Brian May, Roger Taylor e Adam Lambert, foi confirmado entre as atrações da premiação.

As primeiras cenas gravadas nessa produção são justamente as mais emocionantes: o filme dedica seus últimos minutos à apresentação do Live Aid, de 1985, no estádio de Wembley, em Londres. Quem é fã do Queen, a sensação é de estar dentro daquele show que é considerado o mais histórico da banda. Lembrando que Mercury morreu em decorrência da Aids em Londres em 1991, aos 45 anos de idade.

Na verdade, essas cenas foram rodadas perto de Hemel Hempstead, em Bouvingdon, cerca de 43 quilômetros de Londres, no condado de Hertfordshire. O palco desse evento beneficente foi totalmente recriado. 800 figurantes participaram e efeitos especiais foram aplicados digitalmente para que o público parecesse as 72 mil pessoas da apresentação memorável.

Há outros “temperinhos” para quem ama viagens: as faixas das músicas mostradas vem de diferentes décadas da banda e foram gravadas mundo a fora. “Fat Bottomed Girls” foi gravada em Paris em 1979, “Now I’m Here” vem de uma apresentação natalina em 1975 no Hammersmith Odeon, na capital britânica.

O Brasil também está representado no filme com a apresentação do Queen no Rock in Rio de 1985. Apesar do show ter acontecido já na metade da década, no filme, ele é passado para 1981, ano em que o Queen até esteve no Brasil, mas não para o festival. A banda fez dois shows em São Paulo, no estádio do Morumbi.

Cidade do México

Franco favorito a levar pelo menos um dos prêmios do Oscar, o filme Roma, apesar do nome, se passa bem longe da capital italiana:  mostra a impressionante Cidade do México.

Faz um bom tempo que a gente traz publicações aqui no site contando sobre a Cidade do México. Nos últimos anos, a vibrante capital do México se destacou como uma das principais cidades de design do mundo. A estética exclusivamente mexicana é evidente nos muitos hotéis boutique desta cidade, que variam entre estilos modernos e contemporâneos a históricos e tradicionais. O serviço excepcional desses locais, arquitetura diferenciada e comodidades sob medida fazem da cidade um lugar para se viver uma grande experiência. 

O longa de Cuarón, filmado em espanhol e em mixteca, idioma do sul do México, e considerado uma obra-prima por muitos críticos, vai para o 91.º Oscar no domingo como forte candidato a levar o Oscar de melhor filme. A produção que recebeu 10 indicações, depois de ter levado tudo também no Globo de Ouro, mostra a Cidade do México em diversas cenas. O enredo super emotivo conta a história de empregadas de um bairro de classe média, La Roma. Hoje, o antigo bairro virou uma região hipster da Cidade do México e vale a visita (é onde estão muitos desses hotéis cool que mencionamos).

O filme retrata vários passagens da vida do autor e diretor Alfonso Cuarón, o mexicano que passou boa parte da infância pela vizinhança. A própria Cleo, personagem principal de Roma, é inspirada na empregada doméstica que trabalhou durante anos na casa da família do diretor.

Estocolmo, Suécia

A capital sueca é o cenário dos dilemas, das dúvidas e dos arrependimentos da personagem Joan, do filme A Esposa, que viaja para acompanhar o marido escritor na entrega do Prêmio Nobel de Literatura. O destaque para você ficar de olho no domingo está na atuação de Glenn Close, concorrendo como melhor atriz. Aliás, uma das maiores atrizes de sua geração, Close concorreu seis vezes ao Oscar sem ganhar nenhum. Aos 71 anos, pode finalmente levar a cobiçada estatueta com o filme de Björn Runge.

O plano de fundo da história é uma das regiões mais incríveis da Europa: Estocolmo, a capital e maior cidade da Suécia. Com suas 14 ilhas cercadas de águas límpidas e conectadas por várias pontes – são mais de 50! É um lugar para curtir a arquitetura medieval, ótimos museus e o clima da Escandinávia. Localizada na região em que o Lago Malar encontra o Mar Báltico, é uma cidade grande e cheia de atrações.

Um vez em Estocolmo, caminhe pela Gamla Stan, a ilha onde fica o centro histórico e onde a cidade nasceu. Ande pela rua mais estreita da cidade, passe na frente do Palácio real, pela Catedral, desfrute!

Coachella, Stagecoach, Glastonboury, L.A e NYC

A produção que mostra a estreia de Lady Gaga nos cinemas tem tudo para emplacar algumas das indicações que recebeu. A cantora e Bradley Cooper estão incríveis no filme, os dois definitivamente tiveram que sair da zona de conforto para uma extrema entrega aos personagens. O enredo é envolvente e a trilha sonora é simplesmente uma das mais tocadas nas principais paradas musicais. Além de “Shallow”, destaque para “Always Remember Us this Way”, “Black Eyes” – solo de Cooper que abre o filme –  e “I’ll Never Love Again.

O filme conta a história de Jack e Ally, dois artistas que vivem um romance e os desafios da carreira artística. Ele, uma estrela do rock, já com sinais de desgaste após anos de estrada e dependências. Ela, uma cantora de bar, que vê sua vida ser transformada ao ser lançada do “nada” ao estrelato. Essa história já foi contada anteriormente, Os outros filmes são de 1937, 1954 e 1976, mas dessa vez, a direção de Cooper e as atuações dão um toque especial ao filme.

Para os “viajantes de plantão”, os destinos sugeridos são os festivais. Uma cena do filme foi gravada num dos locais mais populares do mundo, o Empire Polo Club em Indio, Califórnia,  mais conhecido como o local do Festival Coachella. Os fãs de Lady Gaga foram convidados para gravar uma dessas etapas e dez dólares foram cobrados, dinheiro que foi doado a fundação de Gaga. Celulares e vídeos eram proibidos. Tudo foi rodado ao término do festival, obviamente, quando a estrutura ainda estava montada. Todos os palcos puderam ser utilizados ao longo de 5 dias de gravações.

Já em Stagecoach e Glastonboury as cenas aconteceram durante os festivais mesmo. Em Stagecoach, entre um show e outro. Eles pegaram uma brechinha de oito minutos antes de Willie Nelson, desta vez através do filho da lenda do país, Lukas Nelson, que escreveu músicas para o filme e interpreta o líder da banda do Maine. Em Glastonboury, Cooper se arriscou em uma performance com a presença de 80.000 pessoas. Quatro minutos do palco foram cedidos para que Cooper cantasse e tocasse.

Mais cenas de concertos foram filmadas em uma seleção de locais de los Angeles. Aparecem o Greek Theatre, Regent Theatre e o The Forum. Os Grammy Awards foram recriados na casa tradicional do evento, no Shrine Auditorium, também em Los Angeles.

Em uma escala menor, mas igualmente significativa é o clube de drag queens, onde Jackson vê Ally pela primeira vez, cantando “La Vie En Rose”. Isso foi ambientado em outro local de Los Angeles, The Virgil, no Santa Monica Boulevard, em East Hollywood, mais conhecido por suas noites de comédia. Não muito longe, na área de Glassell Park, está o Super A Foods, o supermercado onde o casal vai comprar ervilhas congeladas e depois senta no estacionamento para um bate-papo.

As casas dos personagens também mostram o contraste de vida, Ally mora com o pai em uma rua residencial movimentada, na verdade Kensington Road, em Angelino Heights, a leste de Los Angeles. Jackson, enquanto isso, mora em uma casa na floresta de Calabasas , ao norte de Malibu. 

Os estúdios do Saturday Night Live também foram utilizados de verdade. Na parte do filme em que Ally fica famosa e faz show no programa, a produção de fato utilizou os corredores e algumas salas do show, que fica na sede no Rockefeller Center, no coração de Nova Iorque. Aliás, esse é um programa que é possível fazer na Big Apple, os programas e shows da NBC podem ser visitados e acompanhados, ingressos são vendidos  no site e no local para as visitas.

Deep South, Estados Unidos

O Deep South ou extremo sul, é o nome dado à região cultural e geográfica dos Estados Unidos composta por estados no sudeste do país. Lugar marcado por inúmeras questões que fazem parte da construção histórica da sociedade norte-americana. No Green Book, você vai se deixar levar pelo ritmo do jazz que parece entrar na lá no fundo da sua alma.

O filme dirigido por Peter Farrelly, que se passa nos anos 1960, conta a história real do jazzista Don Shirley, interpretado por Mahershala Ali, que confrontou o racismo com sua música. Como grande parte dos filmes que ganha as telonas e são inspirados em histórias reais, esse longa-metragem vem cercado de polêmicas. A família de Shirley denuncia a versão hollywoodiana da história como ofensiva e incorreta, Kappeyne e Scoulios, amigos do jazzista falecido, são mais condescendentes  aprovaram a produção.

Protagonizado por Viggo Mortensen, Green Book acompanha um dos maiores fanfarrões de Nova York, que precisa de trabalho após sua discoteca, o Copacabana, fechar as portas. Ele conhece o Dr. Don Shirley, e começa a trabalhar para ele como motorista em uma turnê pelo sul segregacionista.

Sendo assim, o filme, é definitivamente um convite para conhecer o Sul dos Estados Unidos, uma das regiões mais musicais do país. A Louisiana e principalmente a cidade de Nova Orleans, são consideradas o berço do jazz e do blues, ritmo que toca até no carnaval local. É um destino bastante frequentado pelos próprios norte-americanos de outros estados, a cidade mais populosa da Luisiana e um “caldeirão” multicultural de influências dos povos que fundaram o lugar.

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Um mix de cenários pelo mundo

Um dos filmes de super herói mais discutidos e aclamados do ano, “Pantera Negra” é uma das apostas para o Oscar, sendo indicado a múltiplas categorias. Nele, você vai ver o país africano de Wakanda, comandado pelo Pantera Negra ‎T’Challa, que é fictício, mas você pode reconhecê-lo em vários lugares do planeta. O sucesso da Marvel passou por cenários de natureza da África do Sul, além de Zâmbia e Uganda, principalmente nas cenas externas panorâmicas – mesmo cenas completamente computadorizadas foram inspiradas em cenários reais desses países.

Todas as cenas em Wakanda na verdade foram filmadas na Geórgia, estado norte-americano. Parte foi gravada em Atlanta, também nos EUA. A sequência que mostra as cachoeiras de Wakanda, no entanto, foram filmadas no lado argentino das Cataratas do Iguaçu. As cenas na Coreia do Sul realmente foram filmadas no país, na cidade de Busan.

Reino Unido

Um dos nossos séculos favorito, sem dúvidas, é com toda a pompa do século XVIII que você vai se deliciar no filme A Favorita. O longa-metragem mostra os castelos e os palácios luxuosos da época como pano de fundo de um intenso romance. Aliás, um triângulo amoroso entre a Rainha Ana, sua confidente duquesa e sua nova criada.

Na Inglaterra, Sarah Churchill, a Duquesa de Marlborough (Rachel Weisz) exerce sua influência na corte como confidente, conselheira e amante secreta da Rainha Ana (Olivia Colman). Seu posto privilegiado, no entanto, é ameaçado pela chegada de Abigail (Emma Stone), nova criada que logo se torna a queridinha da majestade e agarra com unhas e dentes à oportunidade única.

A atriz Olivia Colman concorre ao prêmio de melhor atriz. Ela teve papéis pequenos nas séries The Night Manager (exibida no Brasil pelo AMC) e Broadchurch (Netflix), e mesmo assim roubou os holofotes. Agora interpreta a rainha Elizabeth na próxima temporada de The Crown e outra monarca caprichosa no filme de Yorgos Lanthimos.

Nessa super produção, você vai poder curtir também os figurinos e acessórios deslumbrantes, cenários históricos de tirar o fôlego e locações que transmitem toda a grandiosidade da corte inglesa do século XVIII. A iluminação trata de acentuar os contrastes da luz do dia, entrando pelas janelas sem clarear por completo os imensos cômodos ornados em madeira. Para quem estiver buscando o retrato do luxo e a fidelidade aos modos, nomes e dados, o projeto dirigido por Yorgos Lanthimos cumpre o seu papel.

As imagens externas são de castelos espalhados pelo Reino Unido, já as cenas de estúdio fazem parte da reconstituição dos lares da nobreza bretã. Alguns dos castelos abertos para a visitação podem fazer você se sentir como se estivesse dentro dessa trama: Lismore, na Irlanda; o Inveraray, na Escócia; o Alnwick, na Inglaterra.

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