Está no ar o terceiro episódio da nossa série com dicas básicas sobre viagem. O destino de hoje é a Europa!
Assista ao vídeo e leia o post detalhado abaixo para descobrir tudo o que você precisa saber antes de ir para a Europa!
Falar sobre “dicas básicas” antes de viajar para a Europa não é tarefa fácil, afinal, são cerca de 50 países que formam o continente. Mas, de uma maneira geral, não é o local mais difícil de visitar para brasileiros.
1.BUROCRACIA
Visto: brasileiros que querem entrar na Europa para passear não precisam de visto, mas precisam apresentar um passaporte com pelo menos três meses de validade.
Vinte e oito países do continente integram a chamada União Europeia. Em todos eles, as regras para visitar são praticamente as mesmas. O tempo máximo de permanência como turista em países da União Europeia é de 90 dias. Para ficar mais tempo, é necessário solicitar visto.
Além da União Europeia, na Europa existe também o Espaço de Schengen, formado por 26 países (22 da UE e mais quatro que não pertencem ao grupo). O Espaço de Schengen talvez seja a explicação mais prática para entender por que é tão fácil cruzar fronteiras na Europa. Esses 26 países decidiram remover todo o controle nas fronteiras internas, o que significa que os cidadãos europeus podem se deslocar livremente, sem precisar apresentar os passaportes. Para estrangeiros, existe o chamado “visto Schengen”, que deve ser emitido em alguns casos. Porém, quem mora no Brasil não precisa solicitar o documento. Por isso, em uma viagem de trem, por exemplo, basta que você mostre sua passagem e o seu passaporte brasileiro quando estiver em algum desses países. Todas as informações do Espaço de Schengen estão aqui.
Imigração: na hora de entrar nos países europeus – e principalmente naqueles que integram a UE, é importante que você tenha em mãos alguns documentos (como passagem aérea, reserva de hotéis, endereço de familiares, etc) que comprovem o seu retorno ao Brasil.
Já nos países que formam o Reino Unido (Escócia, Inglaterra e Irlanda), há um pouco mais de burocracia na hora da entrar em um deles. Muitas vezes, os turistas precisam passar duas vezes na imigração, para checagem de informações. Os brasileiros que pretendem visitar os países para fazer turismo não precisam de visto, mas o próprio site oficial do Reino Unido aconselha que você tenha em mãos os mesmos documentos que seriam exigidos para você fazer um visto. Veja as informações completas aqui.
Seguro: todos os países do Tratado de Schengen exigem que o turista tenha um seguro viagem com cobertura mínima de 30 mil euros. Não esqueça de adicionar esse item na sua lista de viagem. Existem vários tipos de seguro e é possível, inclusive, solicitar o documento pela internet. Pesquise sobre o país visitado e, se for o caso, peça auxílio da sua agência de viagem para obtenção do seguro.
2.MOEDAS E TAXAS
Moeda: as três principais moedas da Europa são o Euro (utilizado em toda a União Europeia), a Libra (utilizada nos países do Reino Unido) e o Franco Suíço (utilizado na Suíça). O ideal é que você viaje para o continente com o câmbio de Euro já feito no Brasil. Você pode optar por viajar com o câmbio das outras moedas também já feito, ou pode trocá-las nos próprios países. Mesmo que o Reino Unido e a Suíça utilizem outras moedas, o Euro também é bem aceito.
Impostos: na Europa, os impostos já estão incluídos no preço dos produtos que você consome, e o valor aparece discriminado na nota fiscal. Os turistas podem solicitar reembolso dos impostos, o que é chamado de “tax free“. Por isso, guarde as notas fiscais e, antes de embarcar de volta para o Brasil, procure o estande do “Global Blue Tax Free” para solicitar o seu dinheiro de volta.
3. TRANSPORTE
Carro: quem for alugar carro na Europa precisa ficar atento, porque o preço varia conforme quilometragem e fronteiras (faça uma simulação para avaliar os valores aqui). Confira também se, nos países em que você visitar de carro, é exigida a carteira internacional de habilitação.
Trem: é a maneira mais prática de se locomover na Europa, mas isso não significa que seja o transporte mais barato! Muito pelo contrário. As viagens de trem geralmente são as mais caras nos países europeus, mas a praticidade e o conforto fazem o investimento valer a pena.
As estações de trem geralmente ficam no centro das cidades, ao contrário dos aeroportos, que ficam em zonas mais afastadas. O ideal é que você saia do Brasil com as passagens já compradas. As agências de turismo podem fazer essa mediação, ou você pode acessar direto o site da EuRail (site oficial da companhia de trem da Europa) e comprar os seus bilhetes ou passes – é possível combinar o número de dias e de países e usar os trens ilimitadas vezes nesse período.
Se for viajar de trem, você precisa ficar atento na hora de embarcar. Cada plataforma é para embarque de uma classe. Confira no seu bilhete a plataforma que você deve embarcar e não se esqueça de “olhar para cima” para conferir. Se você entrar na plataforma errada e por acaso sentar na primeira classe, por exemplo, a pessoa que confere os bilhetes vai te cobrar pelo menos o valor da diferença entre as passagens. O embarque nos trens é bem fácil: basta você entrar e escolher um lugar para sentar – geralmente não há lugares marcados. Em algum momento da viagem, algum funcionário do trem passará em cada vagão para carimbar as passagens. Você só precisará mostrar o seu bilhete e o seu passaporte, de preferência.
Avião: nem sempre, comprar passagens aéreas de ida e volta para o Brasil pela mesma cidade da Europa é mais econômico. Às vezes, vale mais a pena comprar a entrada por uma cidade e a saída por outra. Isso ocorre porque o seu tempo em deslocamento ou outros tipos de investimento (como hospedagens e passagens internas) podem fazer você gastar a mesma coisa.
Bagagem: em viagens feitas de trem, não há um limite de bagagens que você possa levar. Mas é importante que você leve apenas o que consegue carregar, porque ninguém vai te ajudar a transportar.
O mesmo não ocorre com os voos domésticos europeus, chamados de low coast. Nos aviões, há sim um limite de bagagem – e a regra é bem rígida! Além de uma bagagem de mão, existe um tamanho máximo de malas para despachar – e geralmente a quantidade é de uma por pessoa. As companhias aéreas disponibilizam nos sites as medidas e o peso máximo das malas, é importante conferir. Se for necessário, você pode comprar também o espaço de malas adicionais, junto a passagem. Faça isso antes de ir para o aeroporto, porque lá o preço por excesso de bagagem provavelmente será bem elevado. Se organize antes de ir. Também é importante conferir se há um preço adicional para fazer o check in no aeroporto, o que, às vezes, ocorre.
4.DICAS DE SOBREVIVÊNCIA
Roubos: como a maioria das cidades europeias recebem muitos turistas o ano todo, fique atento com roubos e os chamados “batedores de carteira”. Sim, apesar de ser “Primeiro Mundo”, essas atitudes são comuns por lá, principalmente em estações de trem, metrô ou em pontos turísticos. É comum que você veja nesses locais, inclusive, placas e sinalizações indicando que você preste atenção nos seus pertences. Cuidado para não sair na rua com muito dinheiro ou todos os documentos importantes.
Pontualidade: é ponto importantíssimo na Europa (em alguns países mais que em outros, é claro). Os trens e ônibus, em raras exceções, chegam e partem na hora prevista. E, se houver algum atraso, você também será informado sobre isso – e provavelmente receberá um pedido de desculpas. Preste atenção aos telões e avisos sonoros das estações.
Costumes: com um número tão grande de países, fica difícil encontrar algum costume comum entre todos, ainda mais que um país é muito diferente do outro. É importante que você pesquise quais os hábitos do lugar para onde você vai viajar. Mas, de uma maneira geral, na Europa as pessoas respeitam as leis.
Uma dica importante e útil é que você seja formal no tratamento com os europeus. Isso não significa ser sério, mas sim, sempre acrescentar palavras como “com licença” e “por favor” na hora de fazer perguntas, em qualquer lugar – e língua – que seja.
Alemanha: um dos países mais desenvolvidos da Europa, na Alemanha as regras são restritamente respeitadas. Nas ciclovias, por exemplo, é preciso respeitar o espaço do ciclista e andar apenas na parte destinada aos pedestres – caso contrário , você vai ouvir as buzinas tradicionais das bicicletas e deixar os moradores furiosos. Outro ponto curioso é que na Alemanha muita gente não tem o costume de tomar banho todos os dias e nem de cuidar da aparência – principalmente no que se refere à depilação para mulheres. Já a cerveja – um dos atrativos do país – costuma ser bebida na temperatura ambiente. Não estranhe se você achar a bebida “quente”.
Espanha: o povo espanhol lembra um pouco mais a população brasileira. Aqui, você não precisa se preocupar com grandes formalidades. Se for cumprimentar um espanhol, lembre-se de dar “dois beijinhos” – é quase regra para dizer “oi”. Nos restaurantes, as refeições como almoço e jantar costumam ser feitas mas tarde do que no Brasil – o almoço, por exemplo, é em torno das 14h. Se você for ao cinema, provavelmente assistirá apenas filmes dublados em espanhol. É muito difícil encontrar locais com filmes legendados. Nas cidades do interior da Espanha, é comum que comércios e outros estabelecimentos fechem o meio dia e só voltem a funcionar depois. A língua oficial é o espanhol, mas há outras com o estatuto de “co-oficiais”, como o catalão e o galego.
Itália: quem quiser conhecer feiras precisa lembrar de não encostar nos produtos! Essa atitude é considerada muito errada pelo povo italiano – e vale também para outros países. Você deve “olhar com os olhos” e solicitar ao feirante o produto que deseja. Os italianos também dão muito valor aos costumes na hora de comer – afinal, é o principal destino da Europa para os amantes da boa gastronomia. É feio, por exemplo, que você corte a massa na hora de comer, ou que deixe comida sobrando nos pratos.
Inglaterra: provavelmente, a primeira situação estranha com que você vai se deparar na Inglaterra é o trânsito. Lá, tudo funciona diferente, devido à famosa “mão inglesa”. Nas cidades mais turísticas, há avisos no asfalto que informam o lado certo de você olhar antes de atravessar a rua. Se você combinar algum encontro ou reservar algum lugar para jantar/almoçar, lembre-se de chegar na hora. Na Inglaterra, a hora marcada é exatamente a hora em que o compromisso vai acontecer. Os ingleses são muito educados: dê o tratamento sempre na linguagem mais formal – de preferência adicionando o “please” e o “thanks” sempre nas frases. A regra de ficar sempre à esquerda no metrô e nas escadas rolantes – citada acima – também vale para a Inglaterra.
França: todo mundo já deve saber que os franceses odeiam falar inglês – e isso é realmente verdade. Procure aprender algumas frases básicas de francês, para pelo menos iniciar a conversa de uma maneira mais “amigável”. Na França – assim como na maioria dos países da Europa – há muitas fontes de água potável espalhadas pelas cidades. Não é necessário sempre comprar uma garrafa nova. Quando você andar de metrô, não fique parado em grandes grupos e nem à esquerda dos vagões e das escadas rolantes – assim a circulação fica livre pela direita. Os franceses detestam quando acontece o contrário.
Suíça: na Suíça é muito difícil encontrar lixo no chão – e você ficará constrangido se tomar essa atitude. Lá é importante respeitar as regras de silêncio – geralmente a partir das 22h. Isso vale tanto para ruas quanto para residências. Em algumas cidades, os vizinhos podem até reclamar se você tomar banho muito tarde – no caso de se hospedar na casa de um familiar ou em algum bed and breakfast. Como o país não tem saída para o mar, é muito comum que os habitantes aproveitem para tomar banho de sol – às vezes até sem roupa – em praças e parques. Quando você for comprar passagem de ônibus dentro de uma cidade, informe-se sobre o troco: as máquinas, muitas vezes, não fazem devolução se você der uma nota maior.
Privada: assim como nos Estados Unidos, o papel higiênico também é dispensado dentro das privadas, e não em cestos de lixo.
5. RESTAURANTES
Ao contrário dos Estados Unidos, na maioria das vezes, o valor do serviço já vem incluído na conta nos restaurantes da Europa – e geralmente varia entre 10 e 15%. Se não vier, é importante que você ofereça pelo menos esse valor aos garçons.
Algo comum nos restaurantes da Europa é os garçons se guiarem pelo envolvimento dos clientes com o cardápio. Os atendentes não vêm a todo o momento na mesa solicitar o seu pedido, mas sim, vão fazer isso quando você fechar o cardápio. Isso mostra que você está decidido sobre o que quer comer.
Os episódios anteriores (sobre Estados Unidos e Ásia) estão no nosso canal do Youtube. Assine já!