À beira do Tâmisa, a gigantesca Londres de quase 9 milhões de habitantes é difícil de ser descoberta no primeiro encontro. Mas muito fácil de se apaixonar no segundo. E irresistível nos seguintes.
1) THE QUEEN
Ok, você não precisa ser um aficionado por sangue azul ou um estudioso das monarquias mundiais para querer conhecer Londres. Mas é preciso admitir que o apelo da Família Real é enorme. A influência do Palácio de Buckingham vai dos souvenirs com William + Kate estampados até o tradicional chá das 17h; dos hábitos e jeitão british de ser até os pubs locais. São tantas histórias envolvendo as eras Vitoriana e Elisabetana e tantos personagens – como reis gagos, casamentos que chocaram a sociedade inglesa, traições, Diana pra lá, Harry em Las Vegas pra cá –que fica até difícil evitar a Troca da Guarda esmagado contra a grade. Enfim, tudo isso é pra lembrar que a capital inglesa vive inebriada de tradições e esse é um grande motivo para você voar até lá. Afinal, é bem diferente de tudo que temos por aqui.
2) MIND THE GAP & DOUBLE DECKER BUS
A educação britânica surge até nas vozes gravadas no tube – sim, gente, em inglês britânico o metrô é chamado assim. Gentilmente, em todas as paradas, alguém te lembra de prestar atenção no espaço que fica entre o trem e a plataforma, o famoso gap. Mas é na correria das escadas rolantes intermináveis que a atmosfera londrina-cool é sentida: gente indo e vindo a toque de caixa (não esqueça de ficar SEMPRE do lado direito e deixar os apressados passar pelo esquerdo), cartazes mil com toda a programação cultural, jornais e revistas pra todos os gostos e, claro, música para os ouvidos com aquele sotaque lindo. Não menos charmosos são os double deckers, os ônibus vermelhos símbolos de Londres. Pra quem já está mais sintonizado e se localiza bem, são a alternativa perfeita para se deslocar vendo tudo. E do segundo andar.
3) ENGLISH BREAKFAST
Esse é para os ogros. De café da manhã tem pouco, mas pra mim é uma das melhores comidas locais. Desculpem, Nigella, Gordon e Jamie Oliver, mas minha ignorância ainda não me permitiu descobrir a verdadeira gastronomia inglesa. São milhares de restaurantes espalhados pelas cidade, com pratos de todos os lugares do mundo. Mas muitos afirmam que sim, a english food existe. Se isso é verdade, certamente os fish and chips vendidos no jornal e os infindáveis kebabs que tomam conta da cidade não fazem parte.
Então meu voto segue para o combo torradas/ bacon/ ovos/ salsicha/ cogumelos e os eternos prediletos baked beans (melhor não saber o que é) e hash browns, quase um bolinho de batata. Light, não? Minha dica: exagere na Guiness na noite anterior e cure a ressaca com um desses!
4) EAST LONDON
Esqueça Oxford, Regent, Mayfair, Soho. Pense em Bricklane, Hackney Wick, Shoreditch. Esse é o extremo leste de Londres, uma das áreas mais pobres e até pouco tempo à margem do burburinho central, mas que tem também uma das noites mais animadas. A zona é conhecida pelas suas antigas fábricas transformadas em apartamentos, e sempre lembrada por seus artistas, suas feiras, e muito por seus imigrantes. Antes, o preço dos imóveis permitia que a classe criativa pudesse morar e trabalhar ali. Hoje é o canto mais hipster da capital inglesa, sede do Estádio Olímpico e de zilhões de novas lojas e restaurantes. Passar o dia descobrindo os graffitis, caminhando pelas ruelas e se perdendo entre os mercados de rua, como o Broadway Market e o Columbia Road, é a melhor pedida. Só pare para comer no Bistroteque ou no The Tramshed – pra não tirar os olhos na loucura moderna do artista plástico Damien Hirst.
5) STYLING
Nada nem ninguém faz misturas tão fantásticas como os londrinos em termos de moda. Por lá os limites existem para serem rompidos, o brega é discutível e as transgressões devem ser criadas. As roupas daquele povo podem ser banais, mas o jeito de usar jamais será. O senso de styling é muito apurado, e isso nada mais é do que a habilidade de combinar e descombinar peças, acessórios, cores e texturas. O mix de cabelos, culturas e estilos de corpos faz tudo ainda mais interessante. Andar por lá, com olhos bem atentos, é a maior inspiração. Dois dias em Londres valem mais que duzentas temporadas de desfiles.
By Marcella Lorenzon
Que delícia ler tudo isso! Me sinto por lá em cada nova linha… Adorei, Marchells! Beijo