Bogotá e Cartagena: primeiro contato com a Colômbia – Lá Vai Ela

Mentira, esse não seria um primeiro contato. Me interessei pela Colômbia quando escutei Shakira pela primeira vez, no longínquo 1995. Talvez dali tenha surgido meu apreço por tudo que é em língua espanhola – sob medida para as canções em falsete, bregas/de amor que eu tanto gosto.

Com Shakira descobri Barranquilla, a cidade portuária no Caribe. Li e entendi um pouco mais sobre os problemas socioeconômicos e, claro, sobre a cultura local. Aprimorei meu vocabulário mientras os cds eram lançados, fui arrebatada por García Marquez e Botero ganhou meu coração com suas gordinhas esculpidas com maestria, mas estranhamente demorei todos esses anos para fazer minhas malas e, enfim, conhecer um pedaço desse vasto território.

O catalizador disso tudo foi o ano de 2011, enquanto estudava em Paris. Dali surgiu a amizade com Lina, de Bogotá, e Diana, de Quito (Equador será tema de um futuro post). Clichês aceitos, as latinas sempre se unem em ambientes, digamos, mais áridos. Como o tempo passa muito rápido e nossas vidas seguiram nos países de origem, a ideia foi marcar um encontro na América Latina, começando pela gigante Bogotá e seus quase 8 milhões de habitantes.

A cidade é fechada por colinas, o que de cara  me passou uma impressão deliciosa.  O clima, sempre fresco e ameno, também agrada os turistas que, assim como eu, odeiam suar. Não bastasse isso, tive a grata surpresa de me deparar com uma capital organizada e planejada, onde ruas e avenidas são numeradas e em pleno alinhamento. Claro que a pobreza é grande e permeia o cotidiano dos colombianos, com favelas em grande número e desemprego batendo os 10%, sem falar na guerrilha e eterna luta Farc x governo, numa constante de negociações que se arrasta por anos e anos.

Mas aonde quero chegar? Bogotá não aflora nenhum sentimento de medo, insegurança ou caos como muitos gostam de ressaltar. Pelo contrário, senti uma recepção extremamente calorosa e vivenciei ambientes de festa e alegria como há muito não via.

Os pontos fortes da cidade: a Zona G (de gourmet) e Usaquen agrupam bares e restaurantes muito legais. Numa enorme concentração, lado a lado, é possível encontrar culinária local, fusion, peruana, francesa e italiana. E foi no La Mar e no Bistronomy onde melhor comemos.

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Já a Zona T (o nome vem do conjunto de ruas em forma de T) oferece mais lojas e bares, muitos e muitos bares. E foi no Marquez, mix de restaurante e club, em que fiz uma das melhores festas dos últimos tempos: talvez pela companhia, talvez pelo lindo lugar, talvez pela música ótima para dançar (sim, guris, a gente sai só pra dançar de vez em quando). Mas o certo é que a combinação disso tudo é o melhor dessa cidade: casais novos e velhos, gente sozinha, não importa. Todos rindo, num clima leve, rumbiando e, de verdade se divertindo – sem aquela pose toda muito conhecida por nós, gaúchos.

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Não deixe o turismo clássico de lado e suba de teleférico no Cerro de Monserrate pra ter a melhor vista. Descendo, explore a Bogotá colonial e termine o passeio na Praça Simon Bolívar, linda por suas construções.

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Depois de tanta música, nada como fugir pro sossego do mar –  caribenho, ainda  por cima. Mas, veja só, Cartagena de Índias não tem nada de sossegada ou quieta. É, isso sim, efervescente. Talvez o Patrimônio Mundial da Unesco mais vivo que já conheci. A cidade se divide em duas partes. A mais nova é uma península cheia de torres de hotéis e prédios comerciais. Mas o charme mesmo fica na ciudad amurallada e arredores. Ali, ao passar a Torre do Relógio, deixe-se levar pelo clima boêmio, embalado por umidade altíssima e sensação térmica de 45 graus.

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Perca-se nas ruelas e não se canse de tirar fotos das famosas sacadas, típicas de lá e com herança andaluza.  As flores, as cores, os descascados: tudo parece estar em harmonia com as construções tipicamente espanholas que hoje sediam pequenos hotéis boutique (caso do El Marques) e cantinhos surpreendentes como a loja de picolés La Palleteria (incrível!), ou mesmo os clássicos El Baluarte e Café del Mar.

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E como o calor não dá trégua, o melhor é dedicar pelo menos um dia para o mar azul-turquesa. No centro, as praias não são tão legais, mas existem muitos passeios que podem ser feitos saindo dali. Uma hora numa lancha e você está no arquipélago das Ilhas do Rosário, embaixo de um sol escaldante.

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Precisa mais que isso, Shakira nos fones e o amor de Firmina e Florentino (não vá para a Colômbia sem ler ‘’O Amor nos tempos de Cólera’’) para se inspirar e aproveitar tudo que a Colômbia oferece?

By Marcella Lorenzon

5 Comentários

    1. Muito bom, Marcella! . Conseguiste passar, com o o teu olhar curioso e tua leitura inteligente, uma nova impressão sobre essa terra ” caliente.” Beijos.

  1. Olá, tudo bem?

    Recentemente enviei um email para vocês, mas não obtive resposta.

    Tenho acompanhado o trabalho de vocês e gostaria de ajudar. Sou a Leticia do Grupo KOP e temos trabalhos com grandes empresas em vídeos animados, campanhas de marketing e criação de aplicativos.

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