Nosso mochilão pela Colômbia começou e terminou em Cartagena. Saímos de Porto Alegre no dia 8 de julho e pegamos o voo para Cartagena no dia 9. Depois de Cartagena, fomos a San Andres, Bogotá, Medellín e Santa Marta. Queríamos aproveitar o máximo das férias sem gastar muito, então ficamos sempre em hostel e evitando gastos assombrosos com comida. Vou compartilhar com vocês a minha experiência em Medellín.
Lá, ficamos (meu namorado e eu) três noites. A temperatura é ótima, mas como tenho bastante frio, sempre andava com um casaquinho. Em geral, os colombianos não são muito prestativos, mas é preciso sorte. Fomos auxiliados por alguns muito atenciosos e outros bastante grosseiros, então, não há regra. No entanto, é sempre bom saber que os colombianos sempre saberão quem são os turistas e farão de tudo para passar a perna. Preste atenção em combinações sobre preços e horários, pois eles realmente esperam conseguir lucrar em cima dos viajantes!
Para chegarmos a Medellín, a cidade da eterna primavera, como chamam os colombianos, pegamos um avião partindo de Bogotá. Existe a opção de fazer o mesmo trajeto de ônibus, mas como teríamos pouco tempo na cidade, optamos pelo mais caro e mais rápido. Nossa passagem foi comprada com antecedência pela companhia VivaColombia, uma companhia low cost de passagens aéreas. O preço foi justo (cerca de 250 mil pesos colombianos para cada um) e o voo foi bem tranquilo, sem luxo, mas adequado.
Ao chegarmos no aeroporto, tivemos de nos locomover, de fato, até o centro de Medellín. O aeroporto fica em outra cidade, Rionegro (a cidade onde nasceu Pablo Escobar) e leva mais ou menos uma hora para chegar a Medellín. Também havia mais de uma opção: táxi, táxi coletivo e ônibus. A opção mais barata era o ônibus, por isso, fomos com ele. Ele nos deixou em uma região central, na Plaza Botero, mas ainda longe do nosso hostel. Dessa vez, pegamos um táxi mesmo e fomos até lá. É econômico andar de táxi, pois os preços são bem bacanas, mas é importante aprender a negociar com os colombianos e não deixar que eles passem a perna, pois muitos não usam o taxímetro e propõem um preço fixo, que podem ser abusivos.
Nosso hostel ficava no Poblado, um bairro bem legal, cheio de bares e restaurantes. Pertinho da Plaza Poblado, existe o Parque Lleras, e é lá que todo mundo se encontra à noite. Os preços são variáveis, dá para comer e beber gastando pouco, mas também há lugares mais chiques. Fomos passear lá todas as noites. Como era perto, íamos caminhando e depois só pegávamos um táxi para voltar (cerca de seis mil pesos colombianos).
Chegamos a Medellín quando já estava escurecendo, então, nosso primeiro dia ficou restrito ao Poblado. Passeamos e fomos beber, mas logo voltamos para o hostel e ficamos descansando. No dia seguinte, fizemos um city tour com o Turibus, aquele ônibus turístico cujo passe vale para o dia todo. Foi 35 mil pesos para cada um e vimos praticamente toda a cidade. Começamos pela Plaza Botero, onde existem obras ao ar livre do escultor Fernando Botero, bem famoso e admirado no país. Quase toda a arte dele se baseia em retratar gordinhos, e achei um amorzinho! Em frente à praça, está o Museo de Antioquia, com mais obras de Botero.
Nossa próxima parada foi a Plaza de los Deseos. Lá, é possível visitar o Jardim Botânico de Medellín e Parque Explora, além das próprias atrações do local, todas com fins culturais.
Depois seguimos a Estación Estadio del Metro. É um parque com um ginásio onde as pessoas podem fazer atividades físicas. Também é lá que fica o estádio do Atlético Nacional de Medellín, que ganhou a Copa Libertadores da América neste ano. Meu namorado quis tentar entrar, mas não havia ninguém lá, talvez por ser domingo, e acabamos desistindo. Desta vez, decidimos abandonar o ônibus para entrar na estação e fazer o passeio de Metrocable, o teleférico deles. Eles possuem uma linha turística, que vai até o Parque Arví, um lugar lindíssimo, com muita natureza, e também uma linha normal, que leva às pessoas até as estações que ficam no alto. O passeio vale muito a pena, não é tão rápido e oferece uma vista maravilhosa da cidade, inclusive da parte pobre, que lembra bastante nossas favelas do Rio de Janeiro.
Descemos ao fim da linha social e fomos adiante pela linha turística, até chegar ao Parque Arví. Almoçamos lá e demos uma boa passeada pelo local, mas é bem grande e a pessoa pode ficar o dia todo lá, se desejar. Como ainda queríamos completar o tour, voltamos depois de mais ou menos uma hora e meia e descemos na estação equivalente à próxima parada do ônibus, o Parque de Los Pies Descalzos (tínhamos um mapa e, com ele, fomos nos orientando para tentar alcançar o ônibus). Esse parque tinha parecido fantástico pela internet, mas ao vivo, era apenas mais um parque. Como eu estava esperando muito, decepcionei-me um pouco e logo pegamos um táxi em direção à próxima parada do ônibus, o Cerro Nutibara. Esse lugar também oferece uma vista maravilhosa da cidade, embora não seja tão alto quanto o Metrocable.
Em todos os lugares, o comércio é forte e cheio de ambulantes tentando vender todo o tipo de coisa, então é importante aprender a driblá-los. Lá também tem o Pueblito Paisa, que é uma espécie de réplica de um povoado que existiu em Medellín. É bem bonitinho e um lugar legal para passar o final da tarde. O Nutibara era a penúltima parada. Voltamos para o ônibus e ele nos levou até o Centro Comercial Santafé, que é basicamente um shopping gigantesco. Decidimos continuar no ônibus e descer na última parada, o Parque del Poblado, onde pegamos o ônibus no início do dia. Já estava anoitecendo, então caminhamos um pouco por ali e fomos ao hostel descansar um pouco para, mais tarde, voltar ao Parque Lleras para curtir a noite.
Não ficamos até tarde pois acordaríamos cedo no dia seguinte para o passeio que mais esperávamos, o tour Pablo Escobar. Medellín oferece vários tipos de tour, mas nos interessamos por esse pois havia um diferencial: era o único tour que nos levaria até uma das casas usadas como esconderijo por Escobar, e lá, encontraríamos o irmão dele, Don Roberto, ainda vivo. A van nos buscou às 9h no Parque Lleras e de lá, fomos direto ao cemitério onde Pablo Escobar está enterrado com a família. Ficamos lá uns 40 minutos e fomos até o edifício Dallas, um dos lugares onde Escobar concentrava todo o trabalho que fazia. Por último, fomos à Casa Museo, onde estavam expostos os carros, o jet ski e a moto de Escobar.
Também pudemos ver duas caletas, os famosos esconderijos, e trocar uma ideia com Don Roberto. Essa parte não foi tão empolgante como pareceu que seria – pensávamos que ele nos contaria um pouco daquela época, mas ele se limitou a nos agradecer pela visita e a nos contar o que faria com o dinheiro do ingresso. A entrada custou 90 mil pesos para cada um de nós e, de acordo com os organizadores do passeio, todo o dinheiro é revertido em ajuda a moradores de rua.
O resto do dia foi um pouco mais light. Já estávamos ansiosos para o voo para Santa Marta, no dia seguinte, e fomos almoçar no Centro Comercial Santa Fé. Ficamos um tempo lá, sem muita pressa, e depois fomos passear no Museo El Castillo. A maioria das atrações que ainda poderíamos ver eram pagas e estávamos evitando gastos, então, optamos por esse local, que era perto do Santa Fé e não era muito caro. O castelo foi construído recentemente, então não tem tanto valor histórico como estamos acostumados a ver nesse tipo de lugar, mas é extremamente bonito e o jardim é maravilhoso. Quando cansamos de ficar por lá, voltamos para o hostel, dessa vez caminhando, e mais tarde, voltamos ao Poblado para uma última cervejinha antes de dormirmos. No dia seguinte, voltamos à Plaza Botero, pegamos o ônibus para o aeroporto e partimos para Santa Marta.
Suzy é jornalista formada pela PUCRS, estuda Letras na UFRGS e tem 26 anos. Viajou com o namorado por 15 dias pela Colômbia para curtir as férias.