Os melhores lugares para quem ama arte em Porto Alegre

Listamos as programações que são imperdíveis na capital gaúcha.

Foto: Nilton Santolin.

A gente tem o costume de sempre valorizar mais o que é de fora, outras cidades, outros museus, outras exposições.  Acha que é preciso sair do lugar que moramos para ver a arte, mas muitas vezes, a arte está ali bem pertinho. Porto Alegre, que preserva ares de Europa em sua cultura, clima e arquitetura, também oferece excelentes opções para quem é apaixonado por arte.

Em especial em 2019, algumas novidades colocam em evidência alguns desses lugares especiais que fazem parte da história da cidade e que abrigam as melhores obras da cidade. Aqui no Spice vamos “destrinchar” o que vale a pena conferir na capital gaúcha.

Farol Santander

Foto: Vera Matagueira.

O antigo edifício da Rua Sete de Setembro, que já serviu de sede aos bancos da Província, Nacional do Comércio, Sul Brasileiro e Meridional, foi reformado e remodelado durante cerca de três meses. Desde de dezembro de 2018, o espaço onde o Santander Cultural funcionou por mais de 15 anos, no Centro de Porto Alegre, esteve fechado. A boa notícia é que agora foi reaberto recentemente, seguindo o mesmo conceito do espaço inaugurado há pouco mais de um ano em São Paulo, o Farol Santander de Porto Alegre renasce como um centro de empreendedorismo, cultura e lazer.

O Grande Hall ficou destinado a exposições de artistas nacionais e internacionais. Em cartaz, está a mostra Roda Gigante, da artista multimídia paulista Carmela Gross, hoje com 73 anos. A curadoria é de Paulo Miyada. É uma instalação inédita de “dimensões monumentais” criada para a nova do lugar.

O circuito expositivo continua no Átrio, com instalações de Carmela em neon com estruturas metálicas inundadas por uma luz vermelha. O Átrio é o espaço destinado para exposições, cursos e outras atividades.

Outro destaque do Farol Santander é a Galeria, um projeto sobre a memória da cidade e do banco como se fosse um túnel do tempo, uma experiência imersiva na qual o visitante poderá fazer um autorretrato com uma câmera digital instalada em um grande espelho. A Galeria tem duas “arenas” para debater iniciativas globais nas áreas de inovação, empreendedorismo e economia criativa em diferentes segmentos de negócios. 

No Subsolo, o destaque é da gastronomia, com o protagonismo do Café Valkiria no Cofre, criado a partir do trabalho e das ideias de jovens empreendedores, e do Restaurante Moeda, assinado pelo chef Oliden Berna. O andar também abriga o Cine Farol Santander, no espaço onde funcionava o maior cofre do banco, e a Loja Farol Santander, com produtos oficiais e exclusivos.

Hoje quem visita o lugar paga o preço de R$ 10, com desconto de 50% para clientes Santander e gratuidade para grupos de escolas agendados e para o público em geral no último domingo de cada mês. Os cursos, debates, workshops e sessões de cinema têm diferentes valores.

Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS)

O Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli – MARGS é uma das mais importantes instituições culturais do Estado. O acervo conta com mais de 3.660 obras de arte, que vão da primeira metade do século XIX até os dias atuais, abrangendo diferentes linguagens das artes visuais, como pintura, escultura, gravura, cerâmica, desenho, arte têxtil, fotografia, instalação, performance, arte digital, design, entre outros.

A coleção do museu é composta por arte brasileira, com ênfase na produção de artistas gaúchos, e também por obras estrangeiras. O acervo artístico o abrange desde produções regidas pelos modelos acadêmicos europeus, passando pelas rupturas das manifestações dos modernismos em diferentes geografias, chegando à pluralidade de movimentos artísticos contemporâneos..

Atualmente, o destaque vai para a mostra coletiva intitulada Acervo em MovimentoEla é uma ampla exposição baseada no acervo do museu, ocupando as três galerias das Pinacotecas, o espaço mais nobre do MARGS. O projeto expositivo consiste em um exercício experimental de curadoria com as equipes do museu, que atuarão no desenvolvimento da mostra em regime compartilhado.

A exposição Acervo em Movimento inaugura com uma seleção de obras do acervo, passando até julho por alterações quase mensais com entradas e saídas de outras obras. Cada uma dessa “viradas” será conduzida por integrantes dos Núcleos de Curadoria, Acervo, Educativo, Documentação e Pesquisa, e Restauro e Conservação.

Com essa estratégia de substituições de obras, Acervo em Movimento busca oferecer uma exposição viva e dinâmica. Na configuração de estreia proposta pelo diretor-curador, traz a público obras de nomes relevantes da arte brasileira, como Di Cavalcanti, Portinari, Tarsila do Amaral, Volpi, Guignard e Lygia Pape. Há também obras de nomes referenciais entre artistas gaúchos, como Carlos Scliar, Tenius, Alice Brueggemann, Elaine Tedesco, Gisela Waetge, Lia Menna Barreto, Mário Röhnelt e Carlos Pasquetti.

A visitação segue até 21 de julho, sempre com entrada gratuita,de terças a domingos, das 10h às 19h.

 Arte no MACRS

O Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul, que fica no centro, em Porto Alegre, incluiu na agenda de 2019 a exposição “Experimento Subterrânea”, composta por cerca de 40 obras de 12 artistas. A mostra conta a história do Atelier Subterrânea, que movimentou a cena artística, entre 2006 e 2015, no subsolo de um prédio comercial da avenida Independência, na Capital, com exposições, debates, oficinas e palestras. A curadoria é de Alexandre Santos, Marilice Corona e Neiva Bohns.

Misto de atelier coletivo e espaço cultural com viés alternativo, o Subterrânea foi solo fértil para dezenas de projetos de grande originalidade. As aberturas das exposições eram celebrações festivas, eventos que alteravam a rotina diária da cidade e propiciavam situações de contato com o público. A discreta sala, descoberta por estudantes do Instituto de Artes da Ufrgs em busca de espaço para um atelier coletivo, ganhou paredes móveis, assumindo uma condição de constante metamorfose: ora atelier, ora espaço expositivo, ora lugar de debates, ou ainda sala de oficinas e palestras. Ao mesmo tempo em que incentivava a produção artística das novas gerações, abriu-se para o mundo da arte em escala nacional e atraiu, inclusive, o interesse de artistas brasileiros consagrados, que se tornaram colaboradores do projeto.

A mostra pode ser conferida até o dia 30 de junho de 2019. A visitação ocorre de terças a sextas, das 10h às 18h; e sábados, domingos e feriados, das 12h às 18h.

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Fundação Iberê Camargo

Apenas a arquitetura da Fundação I.C já seria razão suficiente para a visita, inaugurada em maio de 2008, foi projetada pelo arquiteto português Álvaro Siza, um dos mais relevantes da contemporaneidade. O prédio, criado para abrigar o acervo e todas as demais atividades, possui salas expositivas, átrio, reserva técnica, centro de documentação e pesquisa, ateliê de gravura, ateliê do programa educativo, auditório, loja, cafeteria, estacionamento e parque ambiental projetado pela Fundação Gaia.

Os primeiros dias de abril marcaram a reabertura da Fundação Iberê Camargo em dias da semana. O lugar volta a receber visitas depois de dois anos com atendimento ao público somente aos fins de semana. Uma readequação interna foi promovida recentemente, além de um fechamento do último balanço da fundação com um resultado melhor. O jantar-leilão realizado em novembro passado também foi fator chave, um valor de R$ 2,5 milhões foi arrecado.

O centro cultural agora contará com uma nova ambientação externa, um espaço que servirá de contemplação da fundação. O público poderá visitar até às 20h, no momento estão no Iberê as exposições Ateliê de gravura: da tradição à experimentação e Visões da Redenção. A mostra, em cartaz no terceiro andar da instituição, conta com um recorte de 77 obras de Iberê Camargo (66 desenhos, três gravuras e oito pinturas).

No início da década de 1980, após 40 anos vivendo no Rio de Janeiro, Iberê Camargo retornou a Porto Alegre e passou a frequentar o Parque Farroupilha – mais conhecido como Parque da Redenção. Nas caminhadas ao lado de sua esposa Maria Coussirat Camargo, observava a paisagem e o ir e vir de frequentadores como transeuntes, artistas, ciclistas e pessoas em situação de vulnerabilidade. Esses anônimos, transpostos com potência expressiva para seus desenhos, pinturas e gravuras, logo se transformaram em arquétipos de um pintor que enfrentava a dor e a realidade do mundo.

Entre as novidades, uma das mais aguardadas é a chegada da escultura Spider, de Louise Bourgeois. A imensa aranha, que ficou por 20 anos no Museu de Arte Moderna de São Paulo, faz agora uma circulação pelo País e chegará à Fundação Iberê em maio.

 

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