Robert de Rauschenberg e sua nova obra no Museo Thyssen

10 anos ago

O Museo Thyssen-Bornemisza apresenta a obra Gilt, de Robert Rauschemberg, inspirada no artista espanhol por excelência, Francisco de Goya.

Dia 9, segunda-feira, fui convidada para uma inauguração no Museo Thyssen-Bornemisza, um dos museus mais importantes da Espanha. Desta vez o artista Robert Rauschenberg (1925-2008) foi o grande protagonista. E a obra convidada para o aprecio dos visitantes ao Thyssen, até o dia 31/5 chama-se Gilt. Um dos quadros mais especiais do pintor e que é uma cópia contemporânea da “La Maja Desnuda” de Goya.

Gilt (1983) pertence a Ars Fundum Collection e conviverá durante os próximos meses com outra obra do artista norte americano e uma das mais importantes dele, Express (1963) que já pertence a coleção privada do Thyssen.

Não conheço muitos artistas americanos, mas gostei de apreciar ambos quadros com a explicação do Diretor Artístico do Museu, Guillermo Solana, que contou temas interessantes sobre Robert Rauschemberg, que deu um giro definitivo na sua trajetória em 1962 quando visitou o atelier de Warhol em NY. Lá ficou encantado com as pinturas serigrafadas aplicadas sobre tela e pensou que era uma maravilhosa técnica para trasladar as imagens dos meios de comunicação à pintura. Através dessa técnica era possível aplicar fotos com uma nitidez brutal como photo collage.

O quadro “Express” joga perfeitamente com o seu titulo: expressar o que o artista faz e com o “express” do ritmo de vida acelerado da vida moderna. Todas as imagens do quadro falam de movimento. Segundo Solana “Express é a vingança da pintura, é a pintura arrinconada pela fotografia, pelos novos meios daquela época e os novos métodos”. E nas imagens vistas no quadro podemos enfatizar fotos históricas, corporativas e profissionais tiradas pelo próprio artista.

A obra Gilt é uma das grandes obras de Rauschemberg que fez uma réplica de 12 obras maestras da historia como “Venus, de Botticelli”, “Gioconda, de Leonardo da Vinci” ou a que é a alma de Gilt, “La Maja Desnuda, de Goya”. No quadro, pintado sobre porcelana japonesa e que pesa aproximadamente 100kg, podemos apreciar distintas imagens serigrafadas tipo collage onde em japonês se identifica a assinatura do pintor.

Quando Robert Rauschemberg faleceu, os sócios da Ars Fundum Collection foram a uma galeria Suíça comprar o quadro e depois de 6 meses em negociação conseguiram trazê-lo a Espanha mas com uma condição: que algum dia fosse exposto em um grande museu espanhol. E por este motivo os visitantes do Thyssen-Bornemisza podem apreciá-lo, como obra convidada, na sala 48 do museu, até final de maio.