Ah…. Falar sobre a Suíça sempre me empolga. É claro que eu não sou a maior conhecedora do país. Bem pelo contrário: ainda tenho muito a aprender. Mas o fato é que a Suíça é tão pequena e fácil de viajar que já pude conhecer grande parte do país nas três vezes em que estive lá.
Na primeira viagem eu tinha apenas três anos (e eu lembro sim de algumas coisas). Esse primeiro passeio no exterior foi algo muito especial, já que, na ocasião, também era a primeira vez que meus pais viajavam à Europa. Foi nossa primeira viagem em família e o objetivo era, justamente, encontrar outro pedaço da família que estava lá.
A minha avó paterna nasceu na Suíça e veio com os pais para o Brasil quando tinha quatro ou cinco anos. Depois de um tempo, um pedaço da família voltou para lá e outro ficou pelo Brasil. Mais tarde, dois dos filhos da minha vó (portanto, meu tio e minha tia) também foram à Suíça na busca de uma vida melhor. E nós fomos visitá-los nas férias escolares de 1996.
Eis que dezesseis anos depois (portanto, em 2012) tive o prazer de poder voltar à Europa de novo. Entre indas e vindas, meu tio e sua esposa já estavam morando na Suíça de novo há alguns anos. Em 2013, voltei novamente ao Velho Continente (e, claro, à Suíça). Meus tios moram em Fribourg, uma cidade de estilo medieval na parte da Suíça francesa (a mesma de Genebra). Obviamente, ter essa hospedagem facilitou muito o passeio, tanto pela companhia e pelas dicas impecáveis, quanto pelo gasto. O país é um dos mais caros para se conhecer na Europa. Não é à toa que oferece um das melhores qualidades de vida do mundo! A boa recepção dos moradores, limpeza, pontualidade e exatidão nas informações chegam a assustar nós, brasileiros. Mas quem não tem parentes e quer tentar economizar um pouco na hospedagem, uma boa opção é o serviço de Bed and Breakfast, onde você se hospeda na casa de moradores que oferecem, óbvio, cama, banho e café da manhã.
Como o país é muito pequeno, conhecer vários lugares em pouco tempo é absolutamente viável. Funcionava assim: saíamos para passear pela manhã e à noite retornávamos para casa. Nas duas vezes estive na Suíça durante o verão, o que facilitou (e muito!) a viagem, já que só anoitecia pelas 9 horas da noite.
Para mim, mais encantador por lá é a natureza. Uma das características da Suíça é ser banhada por diversos lagos. E, acredite, todos eles têm a água azul-esverdeada e cristalina. Um dos roteiros fáceis para quem viaja pela primeira vez ao local é se guiar exatamente pelos lagos, pois as principais cidades ficam ao redor deles. É o caso do Lago de Léman. Você pode pegar um trem até Genebra e depois, de trem ou de barco, passear por toda a costa, passando por cidades como Lausanne, Montreux e Vevey (região francesa). O transporte público é excepcional! Acredite sempre quando lhe informarem os horários de saída dos ônibus, trens e barcos, porque certamente vai ocorrer assim. A pontualidade suíça é ainda mais impressionante que a inglesa, viu?
Outras sugestões de lagos para visitar: Brienzersee e Thunersee (lago de Brienz e lago de Thun, na região da Suíça alemã). O primeiro não banha nenhuma grande cidade, mas a paisagem lá é ainda mais encantadora que nos demais! Além da água azul-verde-cristalina, em Brienz é possível visualizar bem o “estilo suíço”. A cidade é um misto de casas de madeira, ruas e ruelas extremamente limpas, além de montanhas e aquela água ao redor… Incrível! No roteiro que fiz, peguei um trem até a cidade de Brienz e lá passeamos de barco até a cidade de Interlaken (“entre lagos”). Ela fica localizada exatamente entre o Brinzersee e o Thunersee, e é uma região muito famosa também pelas montanhas. Depois, segui o passeio por Thun, uma cidade muito bacana e divertida. Lá eu pude sentir um pouco mais como é o verão suíço. Muita gente nas ruas (sem badalação, claro), pessoas sentadas nas calçadas fazendo happy hour… Até uma roda gigante tinha lá. Além disso (e do lago) a cidade é muito bonita pelas ruas que lembram paisagens medievais. Há um castelo onde é possível ver a cidade toda de cima. Em Thun também mora a única irmã da minha avó que ainda é viva, o que tornou o passeio ainda mais encantador. Pude voltar à casa dela onde tinha estado dezesseis anos antes… Foi maravilhoso e emocionante. Outra cidade bacana banhada pelo lago de Thun é Spiez.
Mais uma vantagem de viajar pela Suíça: o país oferece opções turísticas de verão e de inverno. Mas, melhor o que isso: ainda é possível fazer roteiro de inverno em pleno verão! Sim! Algumas montanhas são tão altas que ficam com neve sempre. Quando viajei em julho, no verão suíço, eu e minha amiga dedicamos um dia inteiro a visitar o Jungfraujoch (naquela região de Interlaken). Esse é o ponto mais alto da Europa onde se chega de trem. É importante dedicar bastante tempo ao passeio. Além da troca de trens no meio da montanha (onde é possível ver as casas e vaquinhas bem tradicionais), também é preciso levar vários tipos de roupa, já que o frio aumenta à medida que se sobe na montanha. Chegando no destino final, são diversas as atrações: é possível esquiar, fazer trilhas ou apenas caminhar em um ponto delimitado na ponta da montanha (opção que escolhi, devido ao tempo, dinheiro e falta de experiência). Dentro da montanha também foi construído um museu de gelo, então tem que cuidar para não escorregar! Quando chegamos no Jungfraujoch a temperatura era de aproximadamente 0ºC (em julho). E ainda consegui ver a neve caindo! Dica: é bom subir pela manhã, porque depois o tempo pode piorar.
Esses foram os roteiros que mais gostei de fazer. Além disso, acho, também, que são os mais fáceis para quem vai ao país pela primeira vez. Viajar de trem pela Suíça é ótimo, mas também muito caro. Um opção mais viável (no caso de você estar em algum país vizinho) é chegar na Suíça de carro e viajar pelo país e, depois, devolver o carro onde você pegou. Não espere fazer voos internos na Suíça… Como as cidades são pequenas, os aeroportos são escassos. Muitas vezes nem se sabe que eles existem.
Outras sugestões breves de locais para se visitar: Gruyères, Zurique, Lucerna, Berna (capital) e, claro, as montanhas. Uma das regiões mais bonitas é a do Grindelwald. Se você quiser ter uma experiência bem suíça mesmo, também vale a prena investir em piqueniques. As pessoas fazem muito isso ao redor dos lagos (que funcionam como “praias”) e nas montanhas também. Uma das comidas típicas e fáceis de se achar é a wurst, um tipo específico de salsicha. Na maioria dos locais já têm até churrasqueirinhas prontas para seres usadas. E de sobremesa, claro: o maravilhoso chocolate suíço, comprado em qualquer supermercado.
De resto, se você estiver na pior e não puder investir muito em passeios, não se preocupe, pois só a estadia em uma cidade já vai valer a pena. Você vai encontrar cidades extremamente limpas, onde as pessoas recebem os turistas falando francês, alemão e inglês e são extremamente gentis. Além disso, em qualquer deslocamento de um local para o outro você vai se deparar com as paisagens lindas de plantações e da “vida no campo”, onde frequentemente se encontram vaquinhas e casinhas de madeira pelo caminho. Nada mal, né?
By Luiza Lorentz
Jornalista e colaboradora no Spice up the Road!