Se você acha que os melhores destinos de surfe não são apropriados para levar a namorada, você está certo! Boa parte dos locais onde os surfistas encontram as ondas mais perfeitas possuem baixa infra estrutura e areias poucos convidativas. Mas, com uma pitada de boa vontade (do surfista e da sua acompanhante de terra firme) e de amor à camisa, o casal pode desbravar muitas coisas bacanas no universo da parafina.
Começamos nossa viagem em Lima e depois subimos para o Litoral Norte, onde ficamos em Mâncora. Apesar de muitos amigos alertarem sobre céu e areias cinzas, o Peru nos recebeu lindo e surpreendente.
As passagens aéreas eram Porto Alegre – Lima – Piúra e na volta exatamente o contrário. Para ficar uns dias em Lima conseguimos que a agência emitisse no mesmo bilhete mas a volta acabou tendo que contar com 5 horas de aeroporto.
Piúra é o aeroporto mais próximo a Máncora (praia com onda onde queríamos ficar) que a cia aérea fazia, mas se comprar passagens em bilhetes diferentes existe também o aeroporto de Talara e Tumbes que são um pouco mais próximos, mas tem menos estrutura. Nós aconselhamos a olhar passagens “Brasil” – Lima – Lima – “Brasil” e tentar comprar o vôo interno de alguma cia aérea que leve vocês de Lima a uma cidade mais próxima a Máncora. Piúra foram 2h de carro até Máncora. Um pessoal que conhecemos em Lobitos (moradores de Lima) nos disseram que fazem isso sempre, pegam esses vôos internos de companhias locais.
Em Lima chegamos num sábado e ficamos até segunda. Foi perfeito e não precisava mais do que isso. Uma coisa é regra: tem que ficar no bairro Miraflores. É o bairro mais bonito, em cima de uma falésia na beira da praia. Tem um outro bairro onde existe uma vida noturna mais agitada, com mais bares. Mas, para ficar poucos dias, comer bem e ter uma vista linda, tem que ficar em Miraflores. Nós ficamos no Ibis da rua Larcomar (super barato comparado aos outros hotéis dos arredores, deixamos para investir no hotel de Máncora). Fazíamos as voltinhas a pé mesmo, foi ótimo. Tirando alguns restaurantes famosos e uma ruína, que ai pegamos taxi (bem barato).
Chegando em Miraflores não percam o pôr do sol no Larcomar, um shopping pendurado numa falésia na beira da praia. É lindo! Tem cafés, restaurantes (fomos no Mango), lojas, bem gostoso de curtir a vista. Outro lugar imperdível de vista nas proximidades é o Restaurante Rosa Náutica. Ele é um trapiche (plataforma) dentro do mar, as ondas quebram do lado das janela e o pôr do sol ali é indescritível! É caro mas vale muito!! Outros restaurantes que nos indicaram e fomos são do Gaston, um chef peruano super famoso que tem restaurante no Perú, Chile e até em SP: Astrid y Gaston e La Mar. A culínária para a gente foi o ponto alto da viagem, a cereja do bolo. Tudo maravilhoso. Isso pq nós amamos frutos do mar (muitos ceviches) e experimentar coisas novas. Nos apaixonamos pelas entradas nos restaurantes, pedíamos em TODOS os lugares a tal da “causa” ou “causitas”, que são uma espécie de purê (nos mais diversos formatos), com algum molho especial e peixe selado em cima… dos Deuses!
Em Lima também dá onda!! Bem do lado do restaurante Rosa Náutica existe um local onde vimos algumas pessoas surfando. Bem na frente do bairro Miraflores. Acabamos pegando praia em La Herradura (tipo um bairro de Lima). É uma onda mais difícil pois tem que pular das pedras… mais tenso… e alguns peruanos que conhecemos ali na hora aconselharam a não deixar a namorada nas pedras sozinha. Essa praia era boa somente para o surfe, pois a parte da areia é longe das ondas e é uma areia feia, cinza.
O Peru é um lugar bem pobre, clima muito seco, então é uma paisagem bem diferente (muita terra, falésias). Normalmente amanhece cinza e até o meio da manhã o tempo vai abrindo. O pôr do sol no mar é maravilhoso!! Outro programa que descobrimos e que foi bem legal é visitar as ruinas pré inca, a Huaca Pucllana. Fizemos o passeio guiado (uma quadra no meio da cidade) e depois almoçamos no restaurante de lá olhando as ruínas. Mais uma vez, a culinária dando show!
E então, depois de curtir tudo em Lima (praia, surfe, feirinhas de artesanato, restaurantes, ruínas), fomos para a saga Lima – Piúra – Máncora. Para chegar em Máncora pegamos nosso voo Lima – Piúra e contratamos um transfer do hotel que nos pegou em Piúra e nos levou pra lá. Para quem for chegar de dia temos um conselho: já aluguem um carro em Piúra e façam isso com o carro de vocês, sai muito mais barato. Outra possibilidade é pegar passagens para Talara ou Tumbes, como comentamos anteriormente.
Em Máncora ficamos no hotel que julgamos ser o mais legal de lá: Marina Mancora, a 5 min a pé do agito do centrinho. Sigam nosso conselho: não fiquem hospedados no centrinho, tem uns bares na beira da praia, cada um põe seu som mais alto e fica uma guerra de reggaetom a noite toda. Nossa escolha por essa praia aconteceu, pois era a mais movimentada e turística da região. Haviam várias famílias e algumas, inclusive, com crianças pequenas no nosso hotel. Nosso hotel era na beira da praia, uma delícia. O surfe acontecia bem cedo, tipo 6h30, depois tomávamos café e passávamos algumas horas por ali, de bobeira, lendo, piscina, apreciando a vista… No meio da tarde pegávamos o carro (alugamos o carro do sobrinho do cara do transfer… um perigo isso, apagou várias vezes) e íamos para outra praia para conhecer e surfar. As ondas eram boas de manhã e final da tarde, por causa da maré e vento.
Em Máncora fizemos a maioria das refeições no nosso hotel! A comida ali era maravilhosa e o hotel, por ser na beira da praia, tinha um clima particular. Nossas refeições eram todas com base de frutos do mar. Provamos o Pisco Sour, bebida tradicional Peruana, um destilado de uva. Não amamos, mas vale a brincadeira de provar a bebida local. O centrinho é bem pobre e tem poucos restaurantes bons (e poucos com vista). Fomos no restaurante La Sirena D’Juan, simples mas com excelente atendimento e pratos deliciosos, vale muito a pena. Vejam o pôr do sol na areia do centrinho de Máncora… de tirar o fôlego.
As praias que fomos além de Máncora foram: Los Organos, Cabo Blanco e Lobitos. Existem várias outras, mas como não ficamos muitos dias, fomos nas mais certeiras para o surfe. Toda essa região nos presenteou com areias amareladas (semelhantes ao Sul do Brasil), mar azul e céu límpido.
Los Organos fica do lado de Máncora, fomos mais de uma vez e as ondas eram super constantes e na beira. Excelente para a namorada do surfista brincar de fotógrafa também. Isso vale para todas as praias na verdade, se vê muito bem o surfe da areia.
Cabo Blanco é lindo, um vilarejo de pesca mas que rola onda. Tem que ter uma combinação de swell e ventos certos, na condição certa é a melhor onda da região. Quando fomos não tinham ondas, mas garantimos algumas fotos muito lindas no caminho e um almoço simples, barato e delicioso na beira da praia, como todos os poucos restaurantes que existem ali. O peixe local é o Merlin.
Lobitos é famoso pelo surfe!! E é uma funçãozinha chegar até lá. Não nos deram informações muito precisas, então ficamos sem saber se estávamos indo pro lugar certo. Para chegar em Lobitos tem que sair da estrada (entre Piúra e Máncora) e entrar num estradinha de chão batido, no meio de uma estação de petróleo e gás natural. Segue andando naquele deserto, como se fosse seguindo a tubulação aparente até que se chega numa cancela, diz que vai pegar onda e segue na estrada de chão batido. Chegando em Lobitos uma surpesa: é praticamente uma praia abandonada. Um vilarejo que se formou pelas pessoas que foram trabalhar ali com petróleo, mas tem muitas casas abandonadas. Nós fomos muito cedo para não perder as ondas da manhã. Chegamos lá e tomamos café no Hotel Lobitos, na praia bem da esquerda. Dali fomos para a praia mais da direita, onde o surfe estava muito bom.
Sempre que a gente chegava de manhã cedo nas praias (tirando Mancora que é bem turístico) nosso primeiro sentimento era um pouco de receio. Nenhum dos dois falava nada e tentávamos não transparecer, para não dar um clima ruim. É um lugar muito pobre e de clima deserto. Mas, depois que o sol saia de trás das nuvens, as praias começam a ter mais gente, surfistas, familias e tudo vai ficando muito bom!
Lá é quente durante o dia, mas bem agradável a noite, mesmo durante a temporada de verão. Fomos em fevereiro. Com o objetivo de surfar, é interessante que seja analisado o melhor período em cada região do Peru, pois varia muito. Quanto mais ao Sul mais fria a água (mesmo em Lima) e a roupa de borracha se torna indispensável. Ao Norte, como em Máncora e região, o surfe se torna mais leve e a bermuda é o traje perfeito.
Compras no Peru: não vá com essa expectativa. O que é legal de comprar lá são os souvenirs (mantas para sofás, objetos, bebida). Fomos numa feirinha ali em Lima mesmo, pertinho de Miraflores.
Enfim, nós AMAMOS o Peru e ficamos com muita vontade de voltar. Espero que vocês curtam tanto quanto a gente. Voltamos de lá super felizes com a nossa trip!
By Melanie e Alexandre
Boas! Vou fazer a mesma viagem em fevereiro gostaria de tirar algumas duvidas.
Existe problema de deixar o carro na praia e depois ir surfar? Pois vou alugar carro para me poder deslocar melhor mas estou com medo pois carro alugado e complicado se algo corre mal.
Obrigado belas dicas que me deste neste teu blog
Se você levar a chave junto é tranquilo. O problema é deixar a chave na roda do carro ou em outro local.
Que bom que as dicas foram úteis! 🙂
Olá! Eram bem essas minhas dúvidas. Já fui para o Peru, mas para conhecer Cusco e Machu Picchu. Amei! Agora vou com meu marido com o intuito de fazermos “também” uma surf trip! De quantos dias foi a viagem de vcs?