Etiópia: algumas razões para conhecer um dos países mais encantadores da África

Um lugar muito mais rico e interessante do que podemos imaginar

Mal compreendida e afastada das rotas turísticas convencionais, a Etiópia continua sendo sinônimo de guerras e sempre lembrada por suas fortes imagens da crise humanitária causada pela seca. Essa má interpretação e preconceito – embora sejam negativos – tem seus benefícios, transformando a viagem ao país em uma grande descoberta e uma agradável surpresa. A Etiópia é o único país da África que não foi colonizado, por isso manteve firme e intacta toda a sua identidade cultural. O país conserva sua própria e distintiva língua, sua própria bebida e culinária, sua própria igreja, seus santos e até seu próprio calendário.

Foto Raul Frare

 

Dentre suas atrações históricas destacam-se as fantásticas igrejas esculpidas na pedra – em Lalibela – datadas do século 12 e 13, os grandiosos castelos de Gonder do século 17, os gigantescos obeliscos de granito em Aksum – com mais de 2.000 anos de idade – e os antigos monastérios ortodoxos das ilhas do Lago Tana. É também no Lago Tana, no interior da Etiópia, que nasce o Nilo Azul. Que junto com o Nilo Branco, oriundo do Lago Victoria, formam o Rio Nilo. As águas do Nilo Azul, cujas cataratas criam um belo cartão postal, correspondem por quase 90% do Nilo que se estende até Egito.

Foto Raul Frare
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Também conhecida como a Petra da África, Lalibela é o lugar mais fantástico e sagrado da Etiópia. Foi concebida pelo Rei Lalibela para ser uma nova Jerusalém em solo africano. Cerca de 400 igrejas datadas dos séculos 12 e 13 foram esculpidas nas pedras da região e encontram-se bem conservadas. As mais famosas são a Bet Giyorgis (ou Igreja de São Jorge em forma de cruz) e a Bet Maryam (ou Igreja de Maria) construída em homenagem à virgem que é adorada no país. Com maioria da população cristã-ortodoxa, uma outra parte muçulmana e uma minoria de judeus, a Etiópia é um lugar bíblico.

Foto Raul Frare

A região é famosa por suas descobertas arqueológicas, sendo conhecida como o Berço da Humanidade. Lá foram encontrados os restos fossilizados do mais antigo hominídeo do planeta, apelidado de Lucy, com mais de 3.2 milhões de anos. Lucy é o carinhoso nome dado ao esqueleto da nossa mais antiga ascendente: “metade humana metade macaco”. O nome dado é uma homenagem à música dos Beatles “Lucy in the Sky with Diamonds”, que tocava no campo arqueológico no momento da descoberta. Lucy encontra-se exposta no Museu Nacional de Adis Abeba, capital do país.

“É um lugar muito mais rico e interessante do que podemos imaginar. É com toda certeza o segredo mais bem guardado da África. Vale a pena visitá-la antes que esse segredo seja descoberto!”
Foto Raul Frare
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Informações e Curiosidades:

  • O conhecido termo Rastafari originou-se a partir do nome do ultimo monarca da Etiópia. Haile Selassie, que fora corado imperador em 1930 e reinou até 1974. Ras significa príncipe e Tafari era seu nome antes de ser coroado. Identificando-se com o monarca etíope e com a própria Etiópia como um estado africano independente livre do colonialismo, criou-se na Jamaica uma nova religião acreditando-se que o novo imperador etíope era a encarnação de Deus. Atualmente os Rastas aguardam pacientemente a restauração da monarquia na Etiópia.
  • Amárico é a língua oficial do país e pertence a mesma família das línguas semíticas como o hebraico, o árabe e o assírio. A moeda local é o Birr.
  • A melhor época para visitar o país é de Outubro a Janeiro após a estação das chuvas.
  • Devido à geografia montanhosa do país é recomendável fazer alguns dos trechos de avião.
  • As acomodações fora de Adis são muito simples e baratas com exceção de alguns hotéis do governo.
  • O país possui uma das melhores companhias aéreas da África, com uma frota moderna e com um ótimo serviço de bordo. A rede hoteleira, apesar de ainda pouco desenvolvida, orgulha-se de ter o mais luxuoso hotel do continente africano: o Sheraton de Adis Abeba, um verdadeiro palácio.
  • A comida local é picante e exótica. Não deixem de experimentar a Injera – uma panqueca com especiarias – e o Tej, vinho local feito de mel.
  • A cerimônia do café não deve ser perdida, onde os grãos são torrados e moídos na hora. O café etíope é considerado um dos mais saborosos e caros mundos, não na Etiópia.
  • Vistos são emitidos no desembarque, mediante pagamento de taxa e atestado de vacina de febre amarela.


Raul Frare
Curitibano, apaixonado por fotografia, aventuras, lugares remotos e culturas exóticas,
já esteve viajando e fotografando em mais de 100 países nos quatro cantos do mundo.
Autor do blog Pra la de Bagdad onde compartilha suas experiências de viagens pelo mundo.

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