Um roteiro por Washington e sua história

No mês de dezembro, eu e meu namorado estivemos de férias pelos Estados Unidos. Antes de começar falando sobre o roteiro, acho importante compartilhar duas coisas que me pegaram de surpresa na cultura do país (e que você também precisa saber se ainda não foi para lá). Primeiro: a água servida nos restaurantes e bares é grátis. Segundo: as taxas dos produtos e a gorjeta dos garçons não estão inclusos nos preços. Então, fique atento: você sempre vai gastar um pouco mais do que o previsto no cardápio ou na etiqueta.

Feito isso, vamos ao que interessa! Ao longo dos quase 20 dias de viagem, Washington foi uma das cidades que escolhemos para visitar. Os motivos são óbvios: é lá que acontece tudo de mais importante dentro dos Estados Unidos (mas confesso que o fato de a cidade ser cenário de vários seriados que assisto também contou a seu favor).

Washington não é uma cidade muito grande, mas de ruas bastante amplas. A capital tem cerca de 600 mil habitantes e fica entre os estados de Maryland e Virginia. A cidade fica no Distrito de Colúmbia (por isso o nome Washington D.C.), e é comandada pelo Congresso dos Estados Unidos. Os habitantes não têm representantes com poder de voto no Congresso.

Washington foi uma cidade planejada e inaugurada em 1800, mesmo ano em que se tornou capital do país. O lugar é destino perfeito para quem procura uma viagem cultural, principalmente do ponto de vista político, claro. É fascinante andar por lá imaginando como era antigamente e o que os políticos estão tramando em suas casas ou nas sedes do governo. Uma vantagem de conhecer a cidade é que é possível fazer muita coisa gastando pouco: praticamente todos os museus e pontos turísticos são grátis.

A organização é um dos pontos fortes de Washington. Tudo gira em torno da Casa Branca, então você pode tê-la sempre como principal ponto de referência.  A distribuição das ruas e das quadras é semelhante ao formato de um avião (mesmo estilo de Brasília, com as “asas” norte e sul).

Ficamos três dias na cidade, e ainda não conhecemos tudo o que gostaríamos. Estamos falando de museus? Sim, estamos falando de dezenas de museus, monumentos e prédios de órgãos importantes. Os três, juntos, são a essência de Washington.

No primeiro dia, estávamos abaixo de muita chuva. Então, dedicamos nosso tempo aos dois museus que mais nos interessavam: Newseum e Air and Space.

O Newseum é o museu da notícia e abriga tudo de mais importante da história da imprensa americana e do mundo (algo bastante fascinante para uma jornalista, como eu). Mas até mesmo quem não trabalha nessa área de atuação se diverte por lá.

Já Air and Space é o museu que abriga toda a história da aviação e das descobertas espaciais do país. O lugar é enorme, certamente um dos maiores museus de Washington. Para aproveitar ambos, o ideal é conseguir passar pelo menos um turno em cada um.

Depois de muita chuva, no segundo dia aproveitamos para caminhar, já que o metrô não chega muito facilmente a todos os pontos da cidade. Saímos do hotel e fomos até a Casa Branca (que só pode ser vista de longe, a não ser que se agende uma visita com meses de antecedência pela embaixada do seu país).

Passamos pelos principais monumentos (Memorial da Segunda Guerra, Memorial do Lincoln, Memorial do Martin Luther King Jr. e Obelisco) e terminamos no prédio do Capitólio, que abriga o Congresso e o Senado americanos. Olhando no mapa, os pontos parecem bem perto um do outro, mas na verdade é  uma longa caminhada, com muitos parques e área verde pelo caminho. Então, prepare as perninhas!

Obelisco

Ao contrário da Casa Branca, o Capitólio recebe turistas. Não é preciso pagar nada para entrar (assim como nos monumentos) nem para fazer o tour guiado, que leva cerca de uma hora.

À noite, aproveitamos para conhecer um pouco da cultura dos americanos e fomos a um jogo de basquete da NBA. Se você também se interessa por esportes, é legal dar uma checada nos sites oficiais das competições e ver se algo se encaixa nos dias da viagem. É uma experiência que vale muito a pena para se sentir um nativo e ver algo muito diferente do que vemos nas partidas de futebol. O nosso jogo foi no Verizon Center, próximo de Chinatown.

O terceiro e último dia de passeio foi dedicado a outros cenários que tínhamos vontade de conhecer.  Eu adoro pesquisar pontos da cidade que sejam famosos por filmes, séries ou simplesmente por fatos reais. Fomos a uma região mais afastada da cidade, na beira do rio Potomac, para ver onde fica o complexo do Watergate (conjunto de prédios onde teve origem o escândalo de corrupção e sabotagem que fez o presidente Nixon renunciar). Logo ao lado fica o Kennedy Center for Performing Arts. Dê uma olhada na programação antes de viajar, pois pode ter muita coisa interessante. Depois, pegamos o metrô e fomos até a sede do Pentágono. O serviço de inteligência americano estava fechado, então só pudemos ver por fora, mesmo. Na volta, aproveitei o tempo de sol ainda restante para caminhar até o Museu da História dos Estados Unidos.

Três dias foram suficientes para conhecer bem a cidade. Mas se a sua praia é ficar dentro de museus, reserve pelo menos uns cinco dias para ficar por lá.

By Luiza Lorentz

Jornalista, repórter da TV Câmara Porto Alegre e colaboradora do Spice Up The Road